“Quarenta e cinco anos após o 25 de Abril, o ‘salazarismo/caetanismo’ continua a ser objeto de manifestações diversas, para além de descaradas tentativas de ‘branqueamento’ da história. De resto, apesar das largas dezenas de obras que têm sido publicadas nos últimos anos, o que se assiste é a uma manifesta apreciação enviesada e falsificadora da realidade histórica”.
Esta é uma das principais ideias defendidas no livro “O Estado Totalitário”, da autoria do advogado famalicense Joaquim Loureiro, que será apresentado no próximo dia 28 de setembro, sábado, pelas 17h00, na Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, no âmbito das comemorações do Dia do Concelho.
A obra, cuja apresentação contará com a presença do Presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, consiste numa apreciação da governação de António de Oliveira Salazar e Marcelo Caetano.
“A quase unanimidade dos historiadores (salvo uma recente geração) ignorava a generalidade das ‘malfeitorias’ causadas pela ação dos diferentes órgãos e titulares do poder político ‘salazarista/caetanista’ em relação aos cidadãos - nas suas vidas, na sua honra, nos seus bens - fingindo que ignoravam a existência de que cidadãos portugueses foram vítimas não só de prisões políticas na “Metrópole”, como de vítimas de verdadeiros campos de concentração”, refere o autor na sinopse da obra.
Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, Joaquim da Silva Loureiro nasceu em Alcobaça, em 29 de Maio de 1936. Desde os finais da década de 1950, foi um ativo apoiante da Oposição Democrática ao Estado Novo. Após ter concluído a licenciatura, foi impedido de entrar para a magistratura e demitido da docência do ensino secundário por razões políticas. Advogado de profissão, continuou a sua luta pela democracia. Após o 25 de Abril de 1974, aderiu ao PS, do qual foi membro da Comissão Diretiva e da Comissão Nacional, tendo sido igualmente membro de vários Secretariados a nível concelhio e distrital. Foi membro da Comissão Administrativa do Município presidida por José Carlos Marinho, Vereador da Câmara Municipal entre 1976 e 1977. Eleito pelo PS, foi Presidente da Assembleia Municipal nos anos oitenta. A nível associativo, esteve ligado a diversas associações, nomeadamente à Quercus e ao Famalicense Atlético Clube, onde foi presidente durante dois mandatos. Em 2001, reapareceu na política, tendo sido eleito deputado á Assembleia Municipal pelo PS.