Os alunos do 5.º7 da EB23 Júlio Brandão, em Vila Nova de Famalicão, tiveram ontem uma aula de Ciências Naturais diferente. Desta vez os livros ficaram na mochila e foi dia de meter as mãos na terra para fazerem as primeiras sementeiras do novo berçário de árvores autóctones da escola.
Será neste espaço, inaugurado esta quinta-feira à tarde pelo Presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, que irão crescer, sob o olhar atento e cuidado dos mais pequenos, as árvores e arbustos nativos da região que mais tarde vão ajudar a reflorestar o território concelhio.
“Esta é uma daquelas obras que cada um faz, mas que toda a comunidade beneficia e não há nada melhor do que envolver as escolas e as famílias na criação de um futuro melhor para todos nós”, disse Paulo Cunha, que salientou a dimensão educativa deste berçário de árvores, o primeiro do género no concelho a surgir em contexto escolar e que, recorde-se, foi criado no âmbito do projeto municipal “25 mil árvores para 2025”.
“O maior fruto de uma árvore é o que ela nos proporciona do ponto de vista da qualidade de vida e é importante que as nossas crianças tenham essa consciência e estejam bem informadas para que, no futuro, possam ser melhores adultos”, acrescentou.
No dia em que se assinalou o Dia da Floresta Autóctone foi também assinado o primeiro acordo de parceria entre a autarquia famalicense e o proprietário de um terreno privado do concelho para a sua reflorestação com espécies autóctones. Paulo Cunha adiantou ontem que há já quase uma dezena de proprietários interessados em aderir ao projeto, mas o primeiro a fazê-lo foi Cosme Damião, proprietário de um terreno de cerca de 2 hectares, localizado em Sezures, que se disponibilizou para reflorestar a sua propriedade com cerca de meio milhar de árvores da região, com a plantação de medronheiros, carvalhos e pinheiros bravos.
De acordo com o protocolo, o proprietário assume os trabalhos de preparação dos terrenos para a plantação das árvores, ficando impedido de as abater por um período mínimo de 15 anos. Em troca, a autarquia compromete-se a financiar o projeto de arborização do terreno que deverá ser submetido ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e a custear e a ceder as árvores a plantar, ajustando com os proprietários as condições de plantação, respeitando os usos de propriedade.
Com pouco mais de um ano, o projeto ambiental “25 mil árvores para 2025” já envolveu cerca de 3500 crianças do concelho na plantação de árvores e em ações de sensibilização e até julho de 2017 já foram plantadas quase 2 mil árvores. Recorde-se ainda que no âmbito do projeto, cujo grande objetivo que passa pela reabilitação de aproximadamente 25 hectares do território concelhio através da plantação de 25 mil árvores e arbustos nativos da região, a autarquia inaugurou em novembro de 2016 o primeiro berçário municipal de árvores onde foram plantadas cerca de 69 mil sementeiras.