A Câmara de Vila Nova de Famalicão tem a funcionar uma linha de apoio destinada aos trabalhadores da têxtil Ricon, que receberam cartas a comunicar a cessação dos seus contratos de trabalho devido à possível liquidação da empresa.
A liquidação do grupo têxtil instalado em Ribeirão, no concelho de Vila Nova de Famalicão, que emprega cerca de 600 trabalhadores, a grande maioria famalicenses, começa a ser discutida na terça-feira, com as três primeiras assembleias de credores. A administração da Ricon anunciou, entretanto, que enviou cartas aos colaboradores dando conta da cessação dos respetivos contratos de trabalho. Neste sentido, o cenário mais provável é que dentro alguns dias, os trabalhadores deste grupo entrem em situação de desemprego.
Para esses famalicenses e seus familiares, a Câmara Municipal tem um conjunto de respostas que estão já a ser reunidas e implementadas. São essencialmente medidas de caráter social e económico que são apostas da autarquia no combate ao desemprego e no incentivo à inovação e ao empreendedorismo no concelho.
Em primeiro lugar, destaque para a retaguarda social que envolve ajudas imediatas ao nível da alimentação, da educação, ou nas despesas com a habitação. Os famalicenses que necessitem de ajuda devem dirigir-se ao departamento de Ação Social da Câmara Municipal para obter informações sobre os apoios concretos existentes nestes casos.
Por outro lado, a autarquia está a trabalhar em sintonia com o Instituto de Emprego e Formação Profissional, coordenando os meios para encaminhar os trabalhadores para outras oportunidades de emprego. Sabendo que Vila Nova de Famalicão é um concelho com uma forte presença industrial, onde o sector têxtil está em crescimento e onde existe escassez de mão-de-obra, é preciso saber dirigir estes trabalhadores para outras empresas.
Entretanto, através do programa Qualifica os trabalhadores são incentivados a apostar na formação profissional ou adquirir novas competências para se inserir noutros setores profissionais ou relançar a sua carreira profissional.
Recorde-se que Vila Nova de Famalicão tem atualmente uma taxa de desemprego de 6.5 por cento, bastante abaixo da média nacional. No concelho, existem hoje em dia cerca de 4.500 desempregados, quando há quatro anos existiam cerca de 12 mil desempregados.
Vila Nova de Famalicão é um concelho que tem dado sinais claros de que tem capacidade para vencer o flagelo do desemprego. E se no período mais difícil soube vencer as dificuldades e criar condições para estar na linha da frente dos concelhos mais empreendedores e inovadores do país, é natural que a resiliência e a persistência, caraterísticas dos famalicenses, ajudem mais uma vez o concelho a ultrapassar este obstáculo.
Refira-se que a autarquia famalicense tem vindo a acompanhar o processo desde o início, em Dezembro de 2017, quando a empresa apresentou o pedido de insolvência. Nessa altura, o município desenvolveu diligências com a administração da empresa para perceber o que estava a acontecer, acompanhando desde então a situação.